Térmicas Assumem a Liderança na Expansão da Matriz Elétrica Brasileira no 1º Semestre de 2025
- Contato ePowerBay
- 7 de jul.
- 3 min de leitura
Crescimento reflete necessidade de firmeza e segurança elétrica em meio ao avanço das renováveis e ao risco de déficit apontado pelo ONS
Em um movimento que contrasta com a tendência recente do setor elétrico, as usinas termelétricas lideraram a expansão da capacidade instalada no Brasil durante o primeiro semestre de 2025. De acordo com dados da ANEEL, mais de 1,4 GW em termelétricas foram adicionados ao Sistema Interligado Nacional (SIN), superando as fontes eólicas e solares no período e elevando o total de novas adições a cerca de 2,1 GW.
Esse avanço da geração térmica ocorre em um contexto de alerta emitido pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) quanto ao risco de déficit de potência no segundo semestre, o que exigiu inclusive a mobilização de usinas térmicas já existentes e o acionamento de usinas em prontidão total. O reforço térmico tem como principal objetivo garantir estabilidade, segurança de suprimento e resposta rápida em momentos de pico de demanda ou redução da geração intermitente.
Detalhamento das adições e distribuição geográfica
A maior parte da nova capacidade térmica está concentrada nos estados do Rio de Janeiro, Maranhão e Amazonas, com destaque para projetos movidos a gás natural, óleo diesel e óleo combustível. Algumas dessas usinas fazem parte de contratos firmados em leilões de energia de reserva, outros estão ligados a programas emergenciais de suprimento em áreas com risco estrutural de atendimento.
É importante destacar que nem todos os projetos adicionados são novos: há casos de retomada de obras paralisadas, relicitação de empreendimentos ou modernização de unidades existentes com tecnologia mais eficiente e menos poluente. Mesmo assim, o volume indica uma inversão temporária no perfil da expansão elétrica, que nos últimos anos foi majoritariamente renovável.
O papel estratégico das térmicas na transição energética
Embora a liderança térmica no semestre possa parecer um retrocesso à primeira vista, especialistas do setor apontam que esse movimento não invalida os avanços da transição energética, mas sim reflete uma adaptação do sistema às novas exigências de confiabilidade e flexibilidade. A presença de térmicas de despacho rápido permite compensar oscilações na geração solar e eólica e atua como seguro contra eventos críticos, como ondas de calor ou atrasos na entrada de renováveis.
Além disso, as térmicas com tecnologias mais limpas e contratos flexíveis podem ser integradas ao sistema de maneira complementar, sem comprometer as metas de descarbonização — desde que associadas a políticas de substituição gradual, eficiência energética e incorporação de armazenamento.
No médio prazo, espera-se que as fontes renováveis retomem a dianteira, com mais de 11 GW de novos projetos solares e eólicos previstos para conexão até o fim de 2026, muitos deles já outorgados ou em fase de implantação em estados como Bahia, Rio Grande do Norte, Piauí, Minas Gerais e Goiás.
Ferramentas da ePowerBay para análise e planejamento de geração
A plataforma da ePowerBay foi projetada para permitir uma visão detalhada e estratégica da evolução da matriz elétrica brasileira, com funcionalidades específicas para quem precisa monitorar, comparar ou investir em geração térmica, solar, eólica e híbrida. Entre os destaques:
1. Painel de Geração Centralizada
Acompanhe todos os projetos por tipo de fonte, estágio (outorga, construção, operação), localização, grupo econômico e capacidade instalada.
2. Análise de fator de capacidade e perfil de geração
Avalie o desempenho médio das térmicas por tipo de combustível e compare com as renováveis na mesma região ou agente.
3. Monitoramento de despacho e operação
Visualize dados sobre operação real, fator de utilização e acionamentos emergenciais com base em informações do ONS e CCEE.
4. Mapeamento de saturação da rede e conexão
Entenda como a entrada de novas térmicas afeta o escoamento de renováveis e onde a expansão pode gerar gargalos ou aliviar restrições.
5. Planejamento para comercialização no ACL
Avalie riscos e oportunidades para projetos térmicos e renováveis no mercado livre, incluindo clusters de consumo e submercados prioritários.
Comentários