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Primeiro Leilão de Baterias do Brasil (LRCAP 2026): O que Muda, Oportunidades e Como Navegar esse Novo Mercado

  • Foto do escritor: Fernando Witzel
    Fernando Witzel
  • há 1 hora
  • 4 min de leitura

O setor elétrico brasileiro está prestes a viver um momento histórico. Em 2026, o país realizará seu primeiro Leilão de Reserva de Capacidade especificamente destinado a sistemas de armazenamento por baterias (BESS).


Muito além de introduzir uma nova tecnologia, o leilão inaugura uma mudança mais profunda: a transição para um modelo em que flexibilidade, potência despachável e estabilidade do SIN passam a ser tão essenciais quanto a expansão da capacidade instalada.E o estudo publicado pela ePowerBay em dezembro de 2025 mapeia com clareza esse novo cenário .


Por que o Brasil precisa de baterias agora?


O SIN nunca operou com tantos ciclos diários e variações tão rápidas de carga e geração. A combinação de:


ree

  • crescimento acelerado de solar e eólica,

  • hidrologia mais imprevisível,

  • rampas acentuadas ao entardecer,

  • e restrições locais de escoamento (constrained-off) fez com que a segurança energética deixasse de depender apenas do tamanho da matriz, e passasse a depender da qualidade da potência disponível.


Como mostra o relatório, hoje o Brasil possui cerca de 258 GW de potência instalada, para uma carga média de apenas ~80 GW, mas essa potência “não é equivalente” entre fontes, especialmente quando falamos de resposta rápida, confiabilidade e suporte ao sistema.


O papel das baterias no novo modelo


Segundo o estudo, as baterias podem:


  • fornecer potência despachável com alta velocidade de resposta;

  • reduzir a necessidade de despacho térmico;

  • minimizar vertimentos de hidrelétricas;

  • suavizar rampas da geração solar;

  • ampliar a estabilidade em regiões de rede fraca;

  • reduzir cortes por constrained-off, especialmente no Nordeste;

  • postergar investimentos em transmissão.


Elas atuam como "equilibradoras" do sistema — armazenando energia em momentos de sobra e liberando potência quando o SIN mais precisa.


Como deverá ser o LRCAP 2026?


A Portaria 878/2025 estabelece as bases do certame, criando um produto chamado “Potência Armazenamento”, contratado por 10 anos (com início em agosto de 2028).


Requisitos mínimos dos projetos:


  • Potência ≥ 30 MW

  • Descarga mínima de 4 horas

  • Recarga total ≤ 6 horas

  • Eficiência mínima (RTE) ≥ 85%

  • Capacidade grid-forming e resposta rápida de frequência (FFR)

  • Conexão em pontos compatíveis com as diretrizes do ONS


Esses requisitos definem o padrão tecnológico mínimo esperado para que as baterias realmente atuem como ativo de capacidade — e não apenas como solução de arbitragem.


Critério Locacional: onde as baterias farão mais diferença?


A EPE define, via metodologia MISCR, os barramentos prioritários — onde a rede é mais fraca e onde as baterias proporcionam maior benefício ao SIN .


Embora a lista oficial ainda não tenha sido divulgada, os mapas presentes no relatório indicam que a maior criticidade se concentra:


  • Rio Grande do Norte

  • Ceará

  • Piauí

  • Pernambuco

  • Paraíba

  • Bahia

  • Norte de Minas Gerais


Essas regiões também coincidem com os pontos de maior perda por constrained-off em 2025, como ilustrado nos mapas anexos ao estudo (páginas 17 e 18).


Projetos localizados nesses pontos receberão bonificação locacional, aumentando sua competitividade no leilão.


Os principais riscos do certame


O relatório apresenta três classes de risco que o setor está debatendo:


Jurídico-regulatório

A Lei 15.269/2025 classificou BESS como ativo de transmissão. Isso pode entrar em conflito com a sistemática do leilão, formatada como produto de potência — tema que pode gerar questionamentos antes e após o certame.


Técnico

A exigência de 85% de eficiência no ponto de conexão é considerada inviável por parte da indústria, com fabricantes apontando que o valor realista estaria mais próximo de 82% quando consideradas perdas no sistema .


Econômico

  • Risco de dupla tarifação TUST/TUSD para carga e descarga;

  • Prazos contratuais de apenas 10 anos — insuficientes para amortizar o CAPEX, segundo investidores.


O consenso de mercado aponta para a necessidade de contratos de 15 anos e regras claras de tarifação.


Como a ePowerBay ajuda desenvolvedores e investidores nesse novo mercado


A plataforma da ePowerBay já oferece recursos fundamentais para quem pretende participar do LRCAP 2026, como:


Dashboards de TUSTg/c e Constrained-Off


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Permitem visualizar — por subestação —

  • custos de conexão;

  • margens de escoamento;

  • pontos com maiores cortes de geração;

  • comparação com os mapas locacionais da EPE.


Esses dados ajudam a identificar locais mais competitivos e evitar riscos operacionais.


Mapa Interativo – Camada “Leilões > LRCAP Subestações”


ree

Disponibiliza:


  • distribuição geográfica dos pontos críticos,

  • perdas percentuais por constrained-off (2025),

  • correlação com polos de geração e grandes cargas.


Isso viabiliza estudos de viabilidade locacional em poucos minutos.


Base analítica para cenários e precificação


A plataforma também apoia:


  • estimativas de risco econômico,

  • análises de PLD e despacho,

  • modelagem de CAPEX e eficiência,

  • avaliação de alternativas como projetos híbridos com solar ou eólica.



Conclusão: o LRCAP inaugura a era da flexibilidade — e o mercado precisa se preparar


O primeiro leilão de baterias do Brasil é mais do que um marco regulatório: é a porta de entrada para uma nova lógica de operação e planejamento.


Sistemas de armazenamento passam a ser ativos estratégicos — essenciais para lidar com o avanço das renováveis, garantir estabilidade elétrica e reduzir custos sistêmicos.

E, com o suporte da ePowerBay, desenvolvedores têm acesso às informações mais relevantes — técnicas, locacionais e econômicas — para construir projetos sólidos, competitivos e dentro do padrão esperado pelo MME, EPE e ONS.

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