ONS Aciona Termelétricas e Eleva Alerta para Déficit de Potência no Sistema Elétrico em 2025
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Crescimento da demanda e predominância de fontes intermitentes exigem medidas emergenciais para garantir estabilidade no fornecimento
O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) acionou usinas termelétricas e solicitou prontidão total da capacidade térmica disponível como parte de um conjunto de medidas para mitigar o risco de déficit de potência no segundo semestre de 2025. O alerta foi disparado diante de projeções que indicam cerca de 21% de risco de déficit entre setembro e outubro, meses historicamente mais críticos devido à menor afluência nos reservatórios e ao aumento do consumo.
A medida marca uma mudança significativa no discurso recente do setor, que vinha se concentrando nos bons níveis de armazenamento e na expansão da matriz renovável. O novo cenário exige reativação de térmicas não despachadas há meses, antecipação de manutenções e estudos técnicos mais detalhados sobre flexibilidade operativa e resposta rápida de carga. A ordem é preparar o sistema para cenários de estresse, mesmo que isso implique custos operacionais adicionais.
Déficit de potência: um risco silencioso e sistêmico
Ao contrário do déficit de energia, que reflete a escassez ao longo do tempo, o déficit de potência é um risco instantâneo, ligado à incapacidade do sistema em atender à demanda no pico de carga. Isso pode ocorrer mesmo com reservatórios cheios ou com excedente de energia acumulada, se os ativos disponíveis não forem suficientes ou rápidos o bastante para entrar em operação no momento certo.
O problema tem se tornado mais frequente em sistemas com alta penetração de fontes intermitentes — como solar e eólica —, cuja geração depende das condições climáticas. Embora essas fontes contribuam para a diversificação e descarbonização da matriz, elas não garantem potência firme, exigindo o suporte de fontes flexíveis como térmicas, baterias ou usinas hidrelétricas moduláveis.
No Brasil, o crescimento acelerado do Ambiente de Contratação Livre (ACL), a digitalização da carga (como os data centers) e a concentração do consumo em determinadas regiões aumentam a pressão sobre o sistema. A confiabilidade depende, cada vez mais, de uma infraestrutura de suporte pronta para entrar em operação sob demanda.
Estratégia do ONS: ações coordenadas e reforço de margens operativas
Segundo o ONS, as ações em curso incluem:
Despacho preventivo de térmicas com contratos vigentes e disponibilidade imediata;
Manutenção do status de prontidão para térmicas reservadas;
Simulações de atendimento em horários de ponta, considerando indisponibilidades e falhas;
Ampliação das margens operativas, especialmente no subsistema Sudeste/Centro-Oeste;
Revisão de critérios de segurança de suprimento, inclusive com apoio da ANEEL e EPE.
Essas medidas visam garantir que o sistema esteja preparado para enfrentar eventos críticos sem comprometer o fornecimento — um desafio que se intensificará com o aumento da eletrificação da economia, o crescimento das fontes renováveis variáveis e a necessidade de resposta rápida em sistemas mais dinâmicos.
Como a ePowerBay apoia o planejamento em cenários de risco e transição
A ePowerBay oferece uma plataforma completa de inteligência regulatória, técnica e geográfica para agentes que atuam na geração, comercialização, operação e investimento no setor elétrico. Em um cenário como o atual, as ferramentas da plataforma se tornam ainda mais relevantes para:
1. Avaliar a exposição de portfólios ao déficit de potência
Com filtros por fonte, localização, tipo de contrato e conexão à rede, é possível identificar ativos mais vulneráveis a eventos de estresse.
2. Acompanhar disponibilidade e contratos de térmicas
Acesso a dados sobre térmicas em operação, reserva, outorga ou descomissionamento, com visualização por submercado.

3. Estudar capacidade e saturação da infraestrutura
Mapeie subestações e linhas por estado de carga, tensão e capacidade de expansão, e cruze com áreas de alta carga.

4. Monitorar fatores regulatórios e decisões do ONS
Atualizações constantes sobre comunicados, diretrizes operativas, Ponta do Sistema, programas de resposta da demanda e flexibilização.
5. Planejar investimentos em projetos de resposta rápida
Suporte para identificação de áreas com viabilidade técnica para baterias, térmicas de backup, hidrelétricas moduláveis e geração flexível.
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