Data Centers de Inteligência Artificial Avançam no Brasil, Mas Enfrentam Desafios Ambientais, Regulatórios e de Infraestrutura
- Contato ePowerBay
- 10 de jun.
- 3 min de leitura
Especialistas alertam o Senado sobre os riscos da expansão desordenada e defendem ajustes no marco regulatório
Durante audiência pública na Comissão de Ciência e Tecnologia (CCT) do Senado Federal, especialistas do setor de tecnologia e energia discutiram os desafios impostos pela crescente instalação de data centers voltados à inteligência artificial (IA) no Brasil. O debate ocorreu em torno do Projeto de Lei 3.018/2024, que busca estabelecer um marco legal para o setor, com foco em sustentabilidade, segurança digital e eficiência energética.
A discussão expôs uma série de preocupações técnicas, ambientais e jurídicas relacionadas à operação dessas estruturas, que têm alto consumo de energia e impacto hídrico significativo. Representantes da sociedade civil, de empresas e do governo alertaram para a necessidade de um modelo regulatório claro, moderno e coordenado com a transição
energética em curso.
O crescimento dos data centers e os riscos associados
Atualmente, o Brasil conta com cerca de 160 data centers, sendo 110 deles concentrados na Região Sudeste. A demanda por novas instalações vem crescendo rapidamente em outras regiões, como o Nordeste, onde a disponibilidade de energia limpa e o avanço da digitalização favorecem a descentralização.
Contudo, a expansão acelerada tem gerado uma série de questionamentos:
Alto consumo energético: um único centro de dados pode consumir tanta energia quanto uma cidade de médio porte. Por isso, torna-se essencial que essas operações sejam alimentadas por fontes renováveis e sistemas eficientes de gestão energética.
Necessidade de refrigeração intensa: o resfriamento das máquinas representa até 40% do consumo total de energia de um data center. Isso também implica alto uso de água, principalmente em regiões de clima quente e seco.
Falta de definições técnicas claras no PL 3.018/2024: o projeto, embora bem-intencionado, ainda carece de detalhamento sobre o que caracteriza um “data center de IA”, quais serão as exigências técnicas e qual órgão terá competência para fiscalização e licenciamento.
Desafios ambientais e sociais: especialistas alertaram para o risco de instalação de grandes estruturas em áreas sem infraestrutura adequada, o que pode comprometer o fornecimento de água e energia para populações locais.
A importância de um marco regulatório claro e estratégico
O relator do projeto, senador Vanderlan Cardoso (PSD-GO), reconheceu que o texto precisa de ajustes e afirmou que buscará ouvir o setor antes de consolidar o relatório final. A meta, segundo ele, é construir um ambiente seguro para investimentos sem negligenciar os compromissos ambientais e energéticos do país.
A Associação Brasileira de Data Centers (ABDC), a Brasscom (Associação das Empresas de Tecnologia) e o MCTI reforçaram que o Brasil possui uma matriz energética majoritariamente renovável, o que pode ser um diferencial competitivo na atração de hubs tecnológicos globais. Porém, essa vantagem só se materializará se houver clareza regulatória e infraestrutura adequada para conexão elétrica, refrigeração e segurança digital.
Como a ePowerBay contribui para a expansão responsável dos data centers
A ePowerBay oferece um conjunto de ferramentas que apoia agentes públicos e privados na tomada de decisões estratégicas sobre instalação e operação de grandes consumidores de energia, como os data centers:
1. Mapeamento da Infraestrutura Elétrica
Permite a identificação de subestações, linhas de transmissão, transformadores e pontos de conexão com capacidade disponível, especialmente em áreas com alta irradiação solar e potencial eólico.

2. Inteligência Territorial e Ambiental
A análise integrada de dados permite avaliar áreas com menor restrição ambiental, menor risco hídrico e maior proximidade de infraestrutura existente, o que facilita o licenciamento e a operação eficiente dos empreendimentos.

3. Monitoramento Regulatório e Legislativo
A plataforma acompanha em tempo real o andamento de propostas como o PL 3.018/2024, além de resoluções da ANEEL, MME e demais órgãos que impactam o setor.
4. Simulações de Demanda e Eficiência
Ferramentas que permitem simular o impacto energético de uma instalação, estimar o consumo por perfil de carga e avaliar o desempenho energético frente a diferentes fontes de suprimento.
5. Avaliação Estratégica de Territórios
Identifique regiões com redução de custos logísticos, alta resiliência climática e incentivos fiscais, elementos que fortalecem a decisão de instalação de novas unidades.
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